Artista plástica nascida em 1970 no Funchal. Licenciada em Artes Plásticas/Pintura pelo ISAD/UMA tendo exercido atividade como docente de Artes Visuais, Desenho A e...
Mais informaçãoExposição – “Pintura em Ebulição”
Dalila Souto
A cada traço, a pintora busca capturar a essência das mensagens criativas que ecoam no festival. Suas pinceladas não são apenas movimentos artísticos, mas declarações visuais de criação, reflexão e busca por transformação. A tela em branco torna-se o palco onde as cores se misturam para dar vida às narrativas de resistência. Ao longo do festival, os espetadores têm a oportunidade única de testemunhar o processo criativo em tempo real. A pintora, imersa na energia do evento, absorve as influências das performances, exposições e debates que permeiam o ambiente. Cada pincelada reflete não apenas a habilidade técnica, mas também a resposta visceral da artista aos temas candentes que permeiam o festival. A pintora, ao criar em tempo real, não apenas contribui para a atmosfera efervescente do evento, mas deixa para trás uma narrativa visual duradoura, convidando os espetadores a continuar a reflexão para além das datas do festival.
Data: Quinta-feira, 14 de Novembro a Domingo 17 de Novembro
Local:
Aberto ao público.
Nota de intenção – Dalila Souto
Como mulher que sou, sempre me senti atraída pela ação criativa e vanguardista que algumas mulheres tiveram na sua época, de tal modo que ainda hoje as suas vidas e obras se mantêm como símbolos de talento, criatividade, coragem e atrevimento de ir contra regras e dogmas que, socialmente e intelectualmente as procuravam cingir a um papel secundário.
Naturalmente, optarei por aquelas artistas, no campo da música e das artes plásticas (áreas que me tocam mais pessoalmente), que desde cedo muito me inspiraram: Nina Simone, Elis Regina, Frida Khalo e a nossa Amália Rodrigues. Se as três primeiras são logo facilmente identificadas não só pela sua enorme criatividade e talento mas também pela luta dos direitos humanos e muito especialmente pelos direitos das mulheres, a última, Amália Rodrigues, foi mais discreta politicamente mas de uma importância extrema na «revolução» do fado. O fado antes e depois de Amália é outra coisa. O seu atrevimento e inteligência transformou o fado de algo popular e castiço para uma forma de arte consciente, por vezes erudita, por vezes provocadora. Num país atrasado e preconceituoso, esta mulher segura e independente, profundamente criativa, tornou-se um exemplo para muitas mulheres portuguesas.
A minha ideia é fazer uma pintura de grandes dimensões (sem exagero!) a partir de imagens simplificadas, em grande contraste, destas artistas, explorando também técnicas de pintura mais informalistas.