O Festival Travessuras Culturais 2024 regressa para a sua 8.ª edição, com o tema “Criação em Ebulição: quando a arte transmuta“, celebrando o poder transformador da arte em tempos de crise. Seja na luta individual de um artista a tentar expressar a sua visão do mundo, seja no esforço coletivo para preservar valores, cultura e identidade em meio às adversidades. O destaque será dado às mulheres e à banda desenhada.
O tema ressoa em cada apresentação, exposição e performance do festival, mostrando que a arte não só reflete o mundo que a rodeia, mas também o transforma. A ebulição criativa que surge destes momentos é uma prova do poder irreprimível da criação humana, que nas adversidades encontra o impulso para inovar, resistir e transcender.
Através de uma programação diversificada e acessível, o festival promove o encontro de culturas, ideias e formas de arte, reafirmando o seu compromisso de trazer o mundo até à ilha e de levar a ilha ao mundo.
BD nas Escolas:
Durante o ano, em parceria com as escolas, trabalharemos sobre a cor e o guião. Os alunos receberão uma cópia em formato A4, a preto e branco, de um álbum original e, sem terem visto o original, deverão colorir e escrever o guião. Um júri avaliará os trabalhos e atribuirá um prémio.
Performance Artística:
Pintura em Ebulição por Dalila Souto. Ao longo do festival, os espetadores terão a oportunidade única de testemunhar o processo criativo em tempo real. A pintora, imersa na energia do evento, absorverá as influências das performances, exposições e debates presentes no ambiente.
Duas exposições ao ar livre com QR codes em português, com áudio em português, francês e inglês:
“Como se faz uma Banda Desenhada”:
Uma exploração pelos bastidores do processo criativo de uma banda desenhada, desde o guião até à cor, revelando os segredos por trás das imagens e narrativas que cativam leitores de todas as idades.
“Música em Ebulição driblando a censura”, de Dominique Dreyfus:
Músicas que utilizam a linguagem festiva, metáforas e duplos sentidos para expressar o que é proibido dizer, contornando as diversas formas de censura. Esta exposição celebra a pulsação musical como fonte contínua de inspiração.
No hall de John dos Passos, haverá uma exposição de Sylvain Barré:
vídeos, ilustrações e pintura, oferecendo um olhar imersivo sobre a obra deste artista multifacetado.
Show musical e visual imersivo – Os Mundos de Aldébaran por Arrigo Barnabé:
Uma figura chave na evolução da música brasileira e Leo, criador da BD Os Mundos de Aldebarã, uma referência na renovação da ficção científica realista francesa. Um espetáculo que combina música ao vivo e banda desenhada, com projeções visuais em tempo real, para criar uma experiência sensorial imersiva. A criação visual é de Caetano Brazil, montagem Sylvain Barré com Filipe Ferraz no videomapping. Narração Arrigo Barnabé, pianos Arrigo Barnabé e Paulo Braga.
Maria Teresa e Toninho do Carmo interpretarão músicas da exposição “Música em Ebulição driblando a censura”.
Dois espetáculos de dança:
M(é)r(e)s (Mães), com coreografia de Michelle Bronw, pela Companhia Ladainha (França):
Uma história sobre mulheres e água, narrando profundezas. Um convite a reescrever os nossos mitos, reconectar com uma explicação poética da vida e refundar uma realidade numa sociedade desprovida de ligação com o mundo, a terra e a natureza.
Dança em Ebulição, de Michelle Caires – Estúdio Artística, Calheta:
Uma apresentação que funde tradição e inovação, explorando a corporalidade feminina.
Uma peça de teatro: “A Mais Velha de Todas“:
Com base na sua tese de mestrado em antropologia visual, Inês Tecedeiro junta-se à encenadora e atriz Constança de Jesus e ao realizador e antropólogo Filipe Ferraz para criar um espetáculo interdisciplinar sobre o envelhecimento. A Mais Velha Delas Todas reúne corpos, falas, movimentos e lugares de mulheres idosas, em vídeo, para contracenarem com duas jovens performers no palco.
Teatro Fórum com Manuela Brasil e Ricardo Brito, “Abril por Elas” pela Oficina de Teatro 8:
Um espetáculo que recorda a luta das mulheres numa época em que pouco podiam. Uma viagem pela conquista dos seus direitos: votar, ser dona do próprio corpo, revoltar-se e lutar pelo seu futuro. O espetáculo será seguido por uma sessão de Teatro Fórum.
Quatro workshops:
Oficina de Composição com Arrigo Barnabé:
Uma imersão nas complexidades da composição musical, conduzida por um dos mestres da música brasileira contemporânea.
Masterclass de Teatro Fórum com Rui Frati (Diretor do Théâtre de l’Opprimé, Paris) :
Explorará o teatro como ferramenta de diálogo social e transformação, através do método do Teatro do Oprimido.
Workshop de Dança:
Encontro entre a Companhia Ladainha (França) e o Estúdio Artística, Calheta.
Workshop de Capoeira e Roda de Capoeira com Mestre Beija-Flor:
Uma celebração desta arte marcial e cultural que transcende fronteiras, conectando espíritos e corpos em movimento.
E finalmente, como já é habitual, os Encontros Extravagantes com Arrigo Barnabé e Sylvain Barré.